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sábado, 28 de janeiro de 2012

Criaturas Míticas- Fénix


O Museu Americano de História Natural, organizou, há alguns anos,  uma exposição inusitada para um dos museus mais proeminentes do mundo. O tema  foram os dragões e outras criaturas do universo fantástico: Criaturas MíticasO seu objectivo não foi demonstrar que essas criaturas são, afinal, reais, mas chamar a atenção para a forma como os mitos e os arquétipos passaram a conviver connosco, para podermos dar sentido às coisas que não entendemos.

“É uma coisa que atravessa o tempo e as culturas. Estas criaturas nascem da imaginação dos povos como forma de explicar e dar sentido aos fenómenos e às maravilhas do universo natural, que assombram, parecem estranhas e confusas e são muitas vezes difíceis de interpretar ou explicar.”- Ellen Futter, Presidente do Museu.


A China antiga reverenciava quatro animais mágicos, benevolentes e espirituais: o Dragão, a Tartaruga, o Unicórnio e a Fénix.
Bestiário de Aberdeen. Manuscrito iluminado.
Fénix
É uma montada dos Imortais.

O mito da  Fénix, (do grego phoenix), surge na mitologia greco-romana e integra os mitos da antiguidade clássica.
 Provavelmente inspirada no pássaro bennu, cegonha ou garça divina da antiga mitologia egípcia, aparece em muitos textos egípcios  como um dos símbolos sagrados de Heliópolis,  Iunu para os egípcios e On para os gregos, mas por ambos os povos uma  cidade considerada o  centro simbólico da Terra.


Uma certa visão da  origem da vida defendia  que a essência vital, ( Hiquê) vinha de uma terra mágica e longinqua, conhecida como Ilha de Fogo. Este era um lugar de luz duradoura, onde os deuses nasciam ou reviviam para além do tempo, sendo daí enviados ao nosso mundo. A Fênix era o principal mensageiro dessa terra só acessível aos deuses,   trazendo desse  mundo onde a eternidade se manifesta, a  mensagem da luz e da vida,  perdida do homem comum, oculta  no desamparo das sombras primordiais. Ao terminar o seu vôo, a Fénix desceu em Heliópolis,  onde anunciou a nova era.




Bennu é "Aquele que veio a ser por si mesmo". "O Ascendente", "O Senhor dos Jubileus  Reais".
No livro dos Mortos,  o bennu diz: Eu sou o pássaro bennu, o coração-alma de Ra, o guia dos deuses para o Tuat,"
A ave aparece também associada  ao sol Nascente, ao ritmo quotidiano do sol  e ao Deus egípcio Ra, o deus do sol,  sendo considerada como a sua alma. e um dos símbolos sagrados das revoluções solares, intimamente ligadas aos grandes processos evolutivos da humanidade.






Surge igualmente como manifestação do deus Osiris  ressuscitado
Segundo relatos de Heródoto e Plutarco, trata-se de uma ave magnífica, de incomparável esplendor, com uma plumagem escarlate e dourada, um canto sobrenatural e uma longevidade extraordinária, possuindo a faculdade de renascer das suas cinzas, depois de se consumir pelo fogo num processo de auto combustão.  





O seu aspecto simbólico manifesta-se na sua associação à emergência cíclica da morte e da ressurreição, o ciclo que encerra em si o milagre da imortalidade, o triunfo da vida sobre a morte.
Por representar criação e renovação,  acompanha o calendário egípcio, sendo o Templo de Bennu  bastante conhecido pelos  muitos instrumentos usados para medir o registar o tempo. 


A  designação Fénix passou posteriormente a ser usada como tradução para  nomes de aves lendárias semelhantes, comuns noutras culturas. É a Fenghuang chinesa, a Hou-Ou japonesa,   o Pássaro de Fogo das lendas russas ou a Asimurgh da mitologia persa e sufi. Os árabes também a mencionavam na figura da ave cinomolgus, que construia o seu ninho com canela no topo das copas das árvores.  A todas estas aves mitológicas foi atribuído o poder de se incendiarem e renascerem das suas próprias cinzas.


quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Dragão - Criaturas Míticas


"Talvez todos os dragões das nossas vidas  sejam  princesas que esperam ver-nos belos e corajosos. Talvez todas as coisas não sejam senão coisas sem apoio que esperam que as socorramos." 

R.M.Rilke (carta a um jovem poeta)


Ano do Dragão 



O Museu Americano de História Natural, organizou, há alguns anos,  uma exposição inusitada para um dos museus mais proeminentes do mundo. A temática foram os dragões e outras criaturas do universo fantástico: Criaturas Míticas: Dragões, Unicórnios e Sereias.  O seu objectivo não foi demonstrar que essas criaturas são, afinal, reais, mas chamar a atenção para a forma como os mitos e os arquétipos passaram a conviver connosco, para darmos sentido às coisas que não entendemos.

Dragão Azul - Símbolo do poder imperial /  Dinastia  Qin iniciada com o imperador QinShi Huang

 “É uma coisa que atravessa o tempo e as culturas. Estas criaturas nascem da imaginação dos povos como forma de explicar e dar sentido aos fenómenos e às maravilhas do universo natural, que assombram, parecem estranhas e confusas e são muitas vezes difíceis de interpretar ou explicar.”- Ellen Futter, Presidente do Museu.

A China antiga reverenciava quatro animais mágicos, benevolentes e espirituais: a Tartaruga, o Unicórnio,   a Fénix e o Dragão. 


De todos os animais mágicos reverenciados pela China antiga, O Dragão é possivelmente a criatura mítica mais popular. É descrito como um enorme réptil voador, feroz e indomável, que encarna,  em múltiplas culturas,  as forças elementares  da dualidade ,  tanto o  caos como a  ordem que integram o cosmos.


O Dragão é o Mestre do poder primordial: Fogo, Água, Terra e Ar, os quatro elementos que constituem a matéria. Como um Totem, é guardião dos  espaços infinitos e guia da consciência humana que rege os atos. 



A simbologia do Dragão, que emerge com sentidos opostos, representa o paradoxo  da própria condição humana – a  evidência da presença dos opostos: a luz e as sombras, o feminino e o masculino, a criação e a destruição.  



Mas, mais do que qualquer outro símbolo, o Dragão também personifica a força integradora, unificadora, desta dualidade. Em si mesmo não é nem mau ou bom, simboliza a energia que está na origem do mundo material, sendo o livre-arbítrio sempre o comandante das acções que podem contribuir para a ordem  ou para  o caos universais.



Cuspindo fogo, com as suas asas de pássaro e as suas escamas de peixe, também portador de equilíbrio e conhecedor dos mistérios da magia, podendo penetrar os altos planos do universo e os seus insondáveis abismos, personifica e unifica os quatro elementos do mundo antigo numa condensação capaz, tanto de nos exaltar a imaginação como de nos inquietar os sonhos.  

O seu arquétipo incentiva  ao contacto com a nossa natureza psíquica e com a lente capaz de descobrir e ver o maravilhoso. No campo da psicologia, Carl Gustav Yung trouxe o arquétipo do  dragão  para simbolizar o universo das emoções profundas  e o inconsciente. Para Yung e seus seguidores, é a  representação de algo que permite o encontro do self  com o supremo tesouro da sabedoria  do espírito.



No oriente, a simbologia desta criatura mítica sempre esteve associada aos aspectos positivos da energia primordial. O Dragão representa a união dos elementos ao serviço de um propósito benéfico. Unindo a água, na simbologia da serpente, ao ar, à  ave com as suas asas e à respiração essencial à vida,  o dragão representa a aspiração à unidade da matéria e do espírito. Contudo, na Era Cristã, tendo a serpente sido relegada ao papel simbólico da tentação,  o dragão passou a ser associado ao caos, a uma crua e bruta força destrutiva, o mal associado ao mundo da matéria. 
Aparece por vezes personificando a pureza a ser arrastada para o mundo das sombras.

 Ilustração dos soldados de Alexandre, o Grande, contra o terrível dragão.   Miniatura de manuscrito medieval .
Caracterologia do Dragão no universo  do maravilhoso e do fantástico.
Na Literatura Fantástica os Dragões aparecem desde o início como guardiões de tesouros, transmissores do conhecimento, soberanos nos mistérios da magia. Vem possivelmente da oralidade a crença em que eram mediadores entre deuses e homens, sendo autorizados a falar diretamente com os deuses. São muitas vezes representados prendendo nas garras uma grande pérola mágica, como um ovo, com o poder de multiplicar tudo o que toca. O ovo é também símbolo da Grande Sabedoria





Sobretudo, o Dragão aparece no universo literário do maravilhoso e do fantástico, como um amante da liberdade e da aventura, denota energia e coragem, oferendo forte proteção, não só em atitude, como agente no desmontar da trama, quando invocado. É especialmente protetor dos inocentes e rezam lendas que traz a segurança a todos os que guardam o seu ovo.




Fada.  Universo fantástico celta.
Os Dragões são, por norma,  na literatura ou até mesmo em qualquer outra expressão artística evocativa do universo fantástico, extremamente independentes e também muito criativos; frequentemente revelam-se sonhadores e estão invariavelmente destinados a grandes feitos que culminam em estrondoso sucesso. Quando o Dragão se predispõe a dar corpo aos seus sonhos não há limite para o que poderá vir a ser alcançado, tanto em proveito próprio como para o bem comum.
O Dragão guarda a magia das eras, é a representação última das forças da Mãe Natureza, a maior força divina na Terra, pelo que tem.o poder de penetrar todos os planos por onde se imagina que a alma possa deambular, por isso é descrito muitas vezes como uma criatura com poderes para afastar os maus espíritos e toda a qualidade de almas errantes.


Associados ao Dragão costumam vir também, no fio das lendas ou outras narrativas, a transformação, a sabedoria, longevidade, o infinito e o movimento através do espaço. Dragões podem voar e mudar de pele, renovam-se constantemente, representam o eu sobrenatural e infinito.



Exemplos da simbologia do Dragão:

Gnósticos: “O caminho que passa por todas as coisas”
Alquimia:  “Dragão Alado” os elementos voláteis: Dragão sem asas: os elementos fixos.”
China: “O espírito do caminho.” O que traz consigo a eterna mudança.




Guardião de “A Pérola refulgente”, símbolo da perfeição espiritual. e poderoso amuleto da sorte. Consta de alguns escritos que se trata de uma colossal pérola mágica com o poder de multiplicar tudo aquilo em que toca.  A pérola simbolizava o mais precioso dos tesouros. O conhecimento; 

Com a aculturação do mundo oriental, o Dragão tornou-se, hoje em dia, também a ocidente,  símbolo máximo de boa sorte, abundância, e prosperidade. 



Que o Ano do Dragão traga grande boa sorte ao Planeta Terra e à humanidade
Qual o homem 
que não aspira à liberdade?


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segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Da Ciência do Ovo


FELIZ DIA DO OVO, PORQUE NÃO?
Happy Egg’s Day. Why Not?


Se há um Dia do Ambiente, um Dia dos Animais, um Dia da Criança, um Dia do Não Fumador, um Dia do Coração, um Dia do Livro, um dia da Mulher,  um Dia da Mãe, um Dia do Pai, um Dia da Juventude, uma lista interminável de dias de pessoas e coisas...( não se conseguindo, mesmo assim, implementar um Dia do Homem), porque não, um...Dia do Ovo?

Nada mais justo. O simbolismo do ovo está ligado à génese do mundo.


Na Índia, segundo o Chandogya Upanixade, o ovo, nascido do Não-Ser, gerou os elementos.


No princípio, só havia o não ser. 
Surgiu o Ser. 
Cresceu e transformou-se num ovo.
 Repousou durante um ano e depois rachou.



Dois fragmentos da casca 
apareceram: um de prata; o outro de ouro. 
O de prata, a terra; o de ouro, o céu.


 O que era membrana externa transformou-se nas montanhas; 
o que era a membrana interna, nas nuvens e nas brumas. 
O que eram as veias, nos rios; 
o que era a água, no oceano.






Na verdade, Hindus, Celtas, Gregos, Egípcios, Fenícios, Tibetanos, Chineses, Japoneses, siberianos e muitos mais povos partilham a ideia de que o ovo é uma realidade primordial que contém em germe a multiplicidade dos elementos, incluindo a multiplicidade dos seres. 









O  ovo é água absoluta que contém germes da criação à espera…


É isto o ovo cósmico, surgido das águas primordiais e de si mesmo, chocado pelo sopro divino. 
É uno e andrógino e contém a polaridade: o céu e a terra, o feminino e o masculino, as águas 
superiores e as inferiores, e as suas múltiplas virtualidades.



O ovo de Leda gerou Deuses 
Versão de Cesare de Sesto (1477 -1523) para "Leda e o Cisne", de Leonardo da Vinci
Leonardo Da Vinci (1452-1519)  dedicou-se também a pintar cenas mitológicas. Da Vinci criou Leda e o Cisne (c.1510), pintura perdida – provavelmente destruída pela Inquisição – mas conhecida graças a rascunhos do próprio Leonardo e também por um desenho de Rafael; cópias anônimas igualmente referendam sua existência.


 Sua prova documental, ademais, está nos inventários do castelo de Fontainebleau, que confirmam a sua permanência ali até 1691; reforça-o o testemunho do renomado patrono das artes Cassiano del Pozzo (1588-1657), que narra haver admirado naquele castelo, em 1625, "uma Leda de pé, quase toda desnuda, com o cisne e dois ovos, de cujas cascas vêem-se sair quatro crianças: Castor e Pólux, Helena e Clitemnestra". Ao que tudo indica, Leonardo terá executado Leda e o Cisne entre 1506 e 1512, quando vivia sob o patronato de Charles d’Amboise, governador francês de Milão.

Fonte: Officina arTium / Alexandre Camanho de Assis




 Andy Warhol também pintou ovos...


Muitos dos heróis chineses... 
 ...nasceram de ovos fecundados pelo sol.




Há ainda o ovo filosófico, ligado à tradição alquimista, 
cujo germe é de qualidade 
espiritual. 

É o núcleo do universo, que contém os elementos vitais, tal como o frasco do alquimista, hermeticamente fechado, contém o composto da obra.


Uma rã de filigrana põe, com certeza, ovos de filigrana...


São belíssimas obras de arte, os Ovos de René  Lalique 

...e também os de Fabergé...





Uma expressão corriqueira: Galinha dos ovos de ouro. 
"Se esta galinha põe ovos de ouro, dentro dela deve haver um tesouro!" 
Matou a galinha e ficou admirado pois, por dentro, a galinha era igual a qualquer outra. 

Esopo
Quem tudo quer tudo perde.

Ovos crus são viscosos na língua.  É a textura da clara indignada pela falta de coragem da gema para se tornar ave. "Viver todos os dias cansa". Isto é o título de um livro do escritor Pedro Paixão e confirma-o a gema, já na frigideira.  
Há quem coma ovos crus. 
Prefiro comê-los  mexidos, cozidos  ou estrelados. 
Ao pequeno almoço,   "quentes", são deliciosos.. 
Contar até 180 numa cadência ritmada ao passo dos minutos, logo após  a água ter começado a ferver e, então, o ovo  adquire a cozedura ideal para poder ser batizado de ovo quente na toponímica gastronómica...



O seio materno, a casa, o ninho, a concha, o repouso...
é



Os ovos de Páscoa estão associados à renovação periódica da natureza, à ressurreição, à representação do poder criador da luz, ao círculo 
dos renascimentos

Adoro doces de ovos.


Uma receita 
                                                                             Ingredientes:
6 colheres de açúcar
6 gemas
água q.b.
raspa de limão
preparação:
Num tacho põe-se o açúcar, cobre-se com água e vai ao lume até fazer um ponto leve.



Retira-se do lume.

Deixa-se arrefecer e juntam-se as gemas bem batidas e raspa de limão.

Vai novamente ao lume até engrossar um pouco.

Deita-se o conteúdo numa taça de vidro.

Fonte: Petiscos.com, por Paula Ferreira


Tão fofos...